As vezes olho para o passado... e me perco
As vezes olho para o futuro... e sonho
Fico impressionado o quanto a nossa mente pode nos confundir.
E o quanto ela pode nos salvar.
Não acho que a mente seja algo que devemos ter total controle,
Mas também não devemos deixá-la no controle.
Muitas vezes a mente tenta controlar os sentimentos.
O amar se torna amor.
O sonhar se torna sonhos.
O fazer se torna querer.
Abdicamos da nossa vida vivida,
Em troca da vida idealizada.
O confronto do que sonhamos
Com o que temos e somos.
Mas deveria ser assim?
Por que então sonharíamos maravilhas se não pudéssemos torná-las reais?
Seria como a Lua, bela, que podemos apenas contemplar, mas não tocar?
Ou seria como sonhar em um dia ir para Lua, e sim, toca-la?
O que distancia a vida que sonhamos, da vida que temos, é a nossa fé.
Quanto mais acreditamos, mais próxima nossa vida é dos nossos sonhos.
Quanto menos acreditamos, mais distante ficamos.
Mas a Fé passa pelo pensamento, pela imaginação, pelo sentimento?
De onde vem a Fé? Da esperança? Do Amor?
Ah, o Amor...
Feche os olhos por um momento...
Escute seu interior...
Não pense... não procure explicações... não procure simbolizar nada...
Apenas feche os olhos.
Sorria.
Viva.
Sinta.
A Fé está em você. A Fé, é você, quando você, é a Fé.
Tenha Fé na vida. Tenha Fé no amor. Tenha Fé em você.
Seja a criança.
Seja a água.
Seja a mudança.
Que muda, mas sempre é.
E quando seus pensamentos voltarem para lhe incomodar,
Sorria para eles e diga:
Bem vindos... quero lhes apresentar minha Fé.
Pronto. Agora seja!
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29 abril, 2007
Pensamentos...
24 abril, 2007
O que difere a amizade do amor?
Pergunta simples, mas de difícil resposta. Não pela resposta em si, mas sim porque tudo que envolve sentimentos se torna sempre difícil de expressar em palavras, em argumentos lógicos e coerentes.
O que você prefere? Uma grande amizade ou um grande amor? Muitas pessoas dirão que preferem uma grande amizade, pois esta dura a vida toda. Pois bem, eu prefiro um grande amor, pois se eu creio que uma amizade é por toda vida, eu também creio que um grande amor é por toda eternidade.
Mas não gosto desta separação, amizade e amor.
Penso que a amizade faz parte do amor. Não existe amor entre duas pessoas sem uma amizade entre elas. Porém, também penso não ser possível uma amizade verdadeira entre duas pessoas que não se amam em alguma medida.
Cabe então, talvez refletir sobre o amor. Pois existem formas diferentes de amar, embora o amor seja um só. Amor dos pais pelos filhos, dos filhos pelos pais, de um amigo pelo outro, de um homem por uma mulher, e assim por diante.
Segundo livro de autor anônimo, amar alguém é tornar essa pessoa tão real quanto a si próprio. Eu concordo. Quase sempre nosso ego faz com que a nossa realidade gire em torno de nós mesmos. Como se fóssemos o centro do nosso universo enquanto os outros ‘estão’ em nosso universo. É a sensação do ego. Amar alguém, segundo o autor, seria elevar a pessoa amada ao mesmo patamar que você em seu universo. É perceber alguém tão real quanto você. Uma ótima definição, que cabe para todas as formas de amor.
Mas quero destacar aqui também uma definição da Bíblia, perfeita em todos os sentidos, encontrada no livro de 1 Corintios 13 (4-8): “O Amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso, nunca é arrogante, nem egoísta, nem tampouco rude. O Amor não exige que se faça o que ele quer. Não é irritadiço, nem melindroso. Não guarda rancor e dificilmente notará o mal que outros lhe fazem. Nunca está satisfeito com a injustiça, mas se alegra quando a verdade triunfa. Se você amar alguém, será leal para com ele, custe o que custar. Sempre acreditará nele, sempre esperará o melhor dele, e sempre se manterá em sua defesa. Todos os dons e poderes especiais que vêm de Deus terminarão um dia, porém o Amor continuará para sempre. (...)”. Eu acredito neste amor. E vejo-o em todas as formas de amar.
Como disse em textos anteriores neste blog, amar é antes de tudo uma ação. Só se ama, amando.
E a amizade? Também não incluí um doar-se ao outro sem querer nada em troca? Ser fiel ao outro sem pensar duas vezes? Estar junto em todos os momentos? Sim, é tudo isso também, tal qual o amor. Por isso eu posso dizer que numa verdadeira amizade existe sim amor. Um amigo pode dizer ao outro com convicção: Eu te amo. Assim como uma mãe fala ao filho.
Mas então voltamos a pergunta inicial: O que diferente a amizade do amor? Até aqui só encontramos semelhanças.
Uma vez que temos a certeza de que existe amor na amizade e que existe amizade no amor, temos então que definir de qual amor estamos falando e querendo encontrar o que o difere da amizade. Pois bem, estamos aqui tratando do amor entre homem e mulher, ou entre um casal. Então a pergunta apropriada seria: o que difere, numa relação entre homem e mulher, uma amizade verdadeira entre ambos e um amor verdadeiro entre ambos (no contexto de homem-mulher)?
Até onde vai este amor entre homem-mulher? Não me parece ser maior que o Amor puro pelo ser humano (o Amor pelo próximo na percepção divina). Mas me parece ser maior do que o amor entre amigos e o amor entre familiares. Em 1Corintios, na Bíblia, há também uma passagem que diz que uma forma do homem ter a certeza de que encontrou sua esposa, é quando o seu amor por ela for maior do que o seu amor por sua mãe. Sim, isso faz muito sentido. Quando amamos uma outra pessoa, com quem pretendemos nos casar e ficar junto, então criamos com esta pessoa uma nova família. Passaremos da nossa atual família, de pais e irmãos, para a nossa própria família, onde seremos os pais. Quando constituímos uma nova família (ainda que apenas um casal) então nossos pais e irmãos se tornam parentes, familiares e não mais a nossa família. Por isso devemos sim amar mais o nosso grande amor, nosso verdadeiro amor, do que os nossos pais, para podemos realizar essa mudança de família sem problemas.
Quando isso ocorre, não há influências de pai, de mãe, de irmãos, que impeça-o de ser feliz com seu grande amor. Ou seja, seu amor por sua parceira ou seu parceiro é maior do que seu amor por seus pais, irmãos, avós, etc. Ainda que sejam amores diferentes, há uma força maior.
E quanto ao amor na amizade? Também penso que é maior. Como disse no início do texto, sei que muitas pessoas consideram a amizade mais importante. Porém eu penso que o amor verdadeiro por sua parceira (seu parceiro) é ainda maior. Amizade dura por toda a vida. Um grande amor dura por toda eternidade, através de várias vidas.
Mas para surgir o amor, deve-se ter a amizade. Se há amor na amizade, é porque há elementos da amizade no amor. Só que há muito mais no amor entre homem-mulher. Se não o for, cairá na mesma questão dos familiares que podem influenciar um relacionamento. Amigos são importantes e podem influenciar de forma positiva sim, mas não definir um relacionamento onde existe um amor verdadeiro.
Muitas pessoas acreditam que se uma relação atingiu um determinado grau de amizade, então não há como os dois namorarem e se amarem. Eu penso o contrário. Só é possível se amarem de verdade quando há um grau elevado na amizade, pois isso significa dizer que já existe de antemão entre essas pessoas, o outro tipo de amor, o amor da amizade, e com ele a cumplicidade, a fidelidade, o companheirismo, o doar-se, dentre outros elementos existentes no amor de um casal. É como se fosse já meio caminho andado.
Pois bem, se quando há grande amizade, há mais chances de um amor verdadeiro, o que faz com que uma amizade se transforme em amor? Em que momento isso ocorre e o que faz ocorrer? A vivência é um elemento. A sintonia é outro. A percepção apurada, o despertar, o sentir a outra pessoa também. Quem não conhece histórias de pessoas que buscavam tanto um grande amor e quando perceberam, seu grande amor sempre esteve perto, ao lado, sendo um amigo ou amiga? Isso ocorre muito, principalmente quando a pessoa consegue ter aquele ‘estalo’. Quantos casais não começaram quando dois amigos se olharam e ‘puff’, perceberam que tinham tudo em comum, que eram muito queridos um pelo outro? Nem todo amor se inicia de uma paixão ardente. Aliás, uma coisa é paixão e outra é amor, embora haja no amor os elementos da paixão, mas não o contrário.
Entendo paixão como uma intensidade muito grande, mas em desequilíbrio. O amor possui a mesma intensidade, e até maior, mas em equilíbrio, em harmonia. Não quer dizer que paixão seja ruim, claro que não. Apenas estou procurando diferir ela do amor. Muitas amizades começaram por paixão também. Depois que este diminui, percebem que não era amor, apenas amizade. E em alguns destes casos, a amizade cresceu posteriormente e então veio o amor. Não há uma regra definida quanto ao início. Mas há quanto a continuidade, a saber: A vivência, seja para perceber o amor, seja para manter o amor, seja para fortalecer o amor.
Quer dizer então que se eu me apaixonar, não vou amar? Não, quer dizer apenas que se você se apaixonar, isso não é amor. Vai ser preciso existir uma amizade forte entre vocês, ainda que já em namoro, para que possa surgir o amor. É como se a amizade fosse um solo fértil para que o amor cresça. E as ações do dia a dia fossem você regando este solo, esta semente de amor, para que cresça e fique forte.
Quando existe apenas paixão, a intensidade em desequilíbrio, num casal, há sempre a possibilidade de que um simples desentendimento acabe com tudo. Isso porque um desentendimento gera mais desequilíbrio, que por sua vez não consegue ser administrado por uma força que já está em desequilíbrio, a paixão. Ao contrário do amor, que é uma força intensa em equilíbrio, capaz de entrar em ressonância com as energias em desequilíbrio que surgirem, a ponto de re-equilibrar todas elas. Converse com um casal de idosos casados há anos e felizes. Eles dirão que passaram por muitos problemas e superaram. Pois tinham o verdadeiro amor, a força intensa de equilíbrio capaz de ajuda-los a superar estes momentos. Brigaram muitas vezes, mas souberam que havia um amor ali e que isso era maior que qualquer outra coisa.
E como percebemos quando estamos amando um amigo ou uma amiga? Antes de tudo, é importante dizer que não é preciso que você já esteja amando. Você pode estar propenso a amar, pode estar com um envolvimento tão forte, um sentimento tão forte por alguém que já é seu amigo ou amiga, que basta um namoro, um tempo de convivência, para que o amor verdadeiro entre vocês surja. Isso não significa dizer que você deve então sair namorando com as pessoas na esperança que daí surja seu grande amor. De forma alguma. Isso seria um movimento do ego e não do coração, ainda que camuflado sob o prisma do ‘desejar um amor para sua vida toda’. Mas não é assim que o amor vem. Pelo contrário, neste ponto há um ditado chinês que cabe muito bem aqui: “Cuide do seu jardim, e as borboletas virão”. É a mesma coisa. Cuide de si mesmo, do seu coração, das suas virtudes, da sua integridade, do seu amor pela vida, por si mesmo, pelos outros, e irradiando este amor, com certeza seu grande amor virá, atraído por ti.
Lembre-se do exemplo que dei anteriormente, do casal de amigos que tanto buscavam por um amor e que somente quando conseguiram parar um pouco a tempestade em seus corações é que puderam perceber que este amor estava ao seu lado o tempo todo. Acalme seu coração e ao invés de buscar desesperadamente um amor, apenas seja amor.
Quer dizer então que eu já devo olhar para os meus amigos e amigas pensando que podem ser meu grande amor? Não, também não é assim. Este comportamento é igual ao que acabei de citar. Correr atrás. Não vai adiantar você agora querer namorar todos seus amigos e amigas na esperança de que um deles seja seu grande amor. Isso seria o mesmo que ficar beijando todos os sapos que encontrar na esperança de que um deles se transforme em seu príncipe (ou princesa)! Não faça isso. Apenas deixe fluir. Faça a amizade dar certo. Espere para ver se vai surgir algo depois de um tempo, algum sentimento mais diferenciado. Aproveite a amizade inicial. Cultive ela. Não queira logo transformar o outro em seu grande amor e vice versa. Também não fique vigiando para ver se isso ocorre. Não há um momento exato em que uma amizade deixa de ser apenas uma amizade e começa a ser amor de casal. Deixe fluir.
Até porque não adianta apenas um dos lados pensar que o outro é seu grande amor. Isso ocorre muito em relação a apaixonar-se, a encantar-se. Um dos lados se apaixona ou se encanta pelo outro sem existir uma correspondência. A amizade neste ponto pode se tornar instável, e até terminar, a menos que já exista um amor de amizade muito forte que consiga lidar com isso e superar. Pois um amor de amizade verdadeiro também é mais forte que uma simples paixão ou encantamento. Isto passa e a amizade continua. Talvez por isso muitas pessoas confundam e acreditem que uma amizade é mais forte que um amor de casal. Não é, mas é mais forte que uma paixão ou um encantamento.
Porém, voltando a questão, pode sim iniciar apenas de um dos lados. Dificilmente um relacionamento começa de ambos os lados ao mesmo tempo, com os dois passando a se gostar da mesma forma ao mesmo tempo. Então aquilo que era apenas paixão, encantamento de um dos lados, pode se tornar amor na medida em que o outro lado vai aos poucos percebendo que também sente algo. E numa amizade, é quase sempre assim que ocorre. Mas sem forçar nada, sem ficar ‘beijando todos os sapos que aparecerem’. Deixe fluir a relação. Quando há uma forte amizade, há sim as chances das coisas caminharem neste sentido, de surgir um encantamento, que poderá passar para uma paixão (intensidade em desequilíbrio) até chegar ao amor (intensidade em equilíbrio). E até mesmo iniciar um namoro a partir do encantamento, suficiente para então fazer surgir o amor. De qualquer modo, agindo assim, no mínimo você ganhará um(a) grande amigo(a). Deixe fluir. As borboletas virão.
Para finalizar, então o que difere a amizade do amor de casal? Alguns apressados poderiam dizer que seria o sexo. Mas não. Há sexo também entre amigos que não se amam. Outros poderiam dizer que é viver juntos. Mas não, pois há amigos que moram juntos e não se amam, embora a convivência possa ajudar a fazer surgir um amor entre os dois. Tem ainda quem vá dizer que é compartilhar bens. Não, pois há casais com divisão total de bens que se amam, assim como há amigos que compartilham bens em comum, mas não se amam.
Contudo há uma diferença entre amizade e amor. Você, eu, todos nós sabemos que há. Mas talvez por esta diferença estar em algo que não é possível de ser ver, por estar justamente na esfera dos sentimentos, das emoções, como eu disse inicialmente, é que se torne difícil de expressar e definir claramente em palavras.
Quando você consegue olhar para uma amiga ou amigo e dizer que é apenas amizade muito forte e quando consegue dizer que já existe ‘algo a mais’? Bom, ‘algo a mais’ não quer dizer amor necessariamente, mas poderá se tornar. Quando se torna amor, você consegue dizer e saber. Mas não sabe quando se transforma em amor, em que momento exato isso ocorre. Assim como é difícil dizer quando é amizade forte e quando já é algo a mais. Difícil explicar. A diferença entre amizade e amor de casal também é assim. Você sabe que existe a diferença. Mas não sabe bem como explicar.
Diante disso, fico com a resposta do filósofo Santo Agostinho, quando lhe perguntaram o que era o Tempo. Não é o tema aqui, mas sua resposta bem cabe a esta nossa questão: “Se não me perguntarem, eu sei. Se já me perguntarem, eu não sei”.
Então, simplesmente, deixe fluir... seja o amor... e ele(ela) virá... ou se revelará...
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22 abril, 2007
- Venha Sonhar, Venha! -
Venha, vamos sonhar
Não tenha mais medo
Não deixe de caminhar
Por medo de errar
Venha comigo, vamos sonhar
Sim, você pode
Sim, você sabe
Venha, me dê sua mão
Siga comigo, vamos sonhar
Seja criança
Volte a sonhar.
Seja feliz
Volte a sorrir.
Sim, eu sei
A vida não parece fácil
Mas ainda assim
Venha sonhar.
Sim, eu vejo
Dificuldades no caminho
Mas mesmo assim
Venha sonhar.
Não se preocupe com o que dirão
Se te chamarem de louco, sonhe
Se te chamarem de irresponsável, sonhe
Se te chamarem de infantil, sonhe
Se te chamarem de sonhador, agradeça.
Não é preciso dinheiro para sonhar
Não é preciso um carro para sonhar
Não é preciso uma casa para sonhar
Não é preciso nada, basta sonhar.
Jamais deixe de sonhar
Jamais deixe de acreditar
O ser humano nasce com duas capacidades inerentes: a capacidade de amar e a capacidade de sonhar.
Eu não preciso te ensinar a sonhar, apenas te lembrar que você pode...
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21 abril, 2007
Como é bom amar...
Como é bom amar, dar-se ao outro, vivenciar o outro, se entregar ao outro.
Como é bom ser amado, receber sem pedir, ser protegido, ser você sem medo.
Existem formas de amar.
Em todas elas, há pureza, há paixão, há um desejo pelo bem do próximo.
Em cada ato do amor, pois amar só se faz em ações.
Não se ama parado, mas se ama contemplando.
Não se ama calado, mas se ama sorrindo.
Não se ama sem amar.
Amar é uma ação, é um fazer, é um ser.
Seja amor para quem você ama.
Seja amor para si mesmo.
Seja amor para a vida.
Como é bom amar...
Como é bom ser amado...
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07 abril, 2007
Mudanças Em Nossas Vidas
(baseado em estórias orientais)
Certo dia, Verviel foi ter com uma senhora muito sábia e querida na região esquecida e fria de Floresan.
- Por favor, Sábia Ione, eu preciso de uma luz para clarear meus pensamentos e iluminar a direção correta. Minha vida está um caos!
- Toda grande mudança é precedida de caos meu jovem.
- Sim, disso eu sei... mas... mas eu já estou neste caos há bastante tempo. Nada muda. As coisas são sempre iguais, eu sou sempre igual!
- As coisas sempre mudam meu filho, sempre.
- Mas como é possível? Todos os dias eu me vejo na mesma situação, todos os dias eu vejo as mesmas coisas acontecerem em minha vida. Isso não pode ser mudança.
- Você medita?
- Sim, eu medito pelo menos duas vezes por semana.
- Você procura novidades em sua vida?
- Sim, estou sempre tentando inovar em algo, fazer um curso novo, sair com amigos...
- Você reza? Seja lá qual for sua religião.
- Sim, rezo sempre e peço a ajuda de Deus.
- Você procura mudar seu cotidiano?
- Sim, sim! Tento mudar todos os dias, mas nada muda!
- Meu jovem... sua vida já está mudando sim. Só que tais mudanças mais profundas não são perceptíveis. Elas simplesmente vão acontecendo conforme nós estamos abertos à elas e agimos em sintonia com elas. Você está agindo, mas talvez não esteja totalmente aberto, pois sempre procura observar se algo mudou ou não.
- Como assim?
- É como plantar uma árvore. Você coloca a semente na terra e rega todos os dias. Ela está lá, crescendo dentro da terra antes de virar uma pequena muda, mas você não vê este crescimento dentro da terra. Imagine se você todos os dias a retirasse da terra para observar se ela está mesmo crescendo? Ela morreria.
O jovem Verviel abaixou a cabeça e ficou pensamento.
- Entendo o que quer dizer Ione...
- Não se preocupe com a mudança. Faça a mudança, faça parte dela, sem se preocupar com ela.
- Mas... mas como eu vou saber em que momento realmente estou mudando???
A senhora sábia riu e respondeu:
- Você não vai saber. Um dia sim, você perceberá que mudou, mas não saberá quando isso aconteceu.
- Como isso é possível???
- Bom... pegue esta semente no chão.
Verviel pegou uma semente dentre várias que estavam no chão, em meio as árvores.
- Coloque aqui nesta parte do chão.- disse Ione apontando para uma área de terra batida.
Verviel colocou a semente e se afastou.
- Agora pegue outra e coloque ali também.
Verviel catou outra semente e colocou ao lado da anterior.
- Isso, agora pegue outra e coloque junto delas.
Verviel ficou meio confuso, mas pegou outra semente e a colocou sobre as outras duas.
- Agora imagine se você pegar várias outras sementes deste chão, uma de cada vez e ir colocando elas ali, umas sobre as outras. Chegará um momento em que você não terá apenas uma quantidade de sementes no chão, um monte de sementes, mas sim uma montanha de sementes.
- Sim, chegará um momento em que terei uma montanha. O que significa?
- Me diga, em que momento você terá essa montanha? A partir de qual semente você deixará de ter um monte de sementes no chão para ter uma montanha de sementes?
- Eu... eu... não sei... não consigo imaginar um momento onde eu coloque uma semente e o monte se transforme numa montanha, assim como não consigo imaginar um momento onde eu retire uma única semente e a montanha deixe de ser montanha e se torne novamente um monte.
- Pois é meu jovem, mas com toda certeza quando ela estiver montanha, você saberá que é uma montanha, só não saberá quando isso aconteceu. Da mesma forma ocorre com nossas mudanças.
Verviel compreendeu e se iluminou.
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