23 junho, 2007

Interagindo com a Realidade – I

O sentido de algo está dentro da própria essência deste algo. A razão de ser o joga adiante no espaço-tempo. Suas motivações e suas intenções movem-no através do tempo.

Este movimento gera um fluxo, uma carga de energia, que mostra quem e o que é esta coisa. Suas intenções a jogam para frente com seus atos, seus pensamentos, seus sentimentos.

Tais intenções podem ser dirigidas a alguma coisa, ou alguém. Mesmo que a si próprio, se tornando neste caso, sujeito e objeto da intenção. E qualquer intenção tem por detrás uma motivação. Mas o que gera a motivação? Um objetivo maior, mais amplo, mesmo que apenas em relação à própria motivação. Posso ter um objetivo de saciar minha sede e por isso tenho uma motivação de beber água, gerando minha intenção de ir à cozinha e pegar um copo d’água e por fim, concretizar em ação, indo de fato na cozinha e bebendo água, enquanto me sinto melhor por ter atingido meu objetivo inicial.

Mas o que gera o objetivo inicial? Necessidades.

E as necessidades podem ser da ordem fisiológica, como no caso da água, mas podem ser também da ordem emocional e espiritual.

Nestes casos, principalmente a espiritual, a necessidade vem de algo superior ao nosso raciocínio, vem de algo na própria essência. Temos pouco contato com nossa essência, embora ela esteja em nós o tempo todo.

Porém, mesmo não tendo um contato consciente com nossa essência, a força dela se faz presente na nossa razão de ser, gerando um impulso em busca de ‘voltarmos’ a nossa origem, mais divina e em contato com o Todo.

Disso resulta a busca pela evolução, pelo reencontro com nossa essência, justamente através da necessidade de significar nossa essência para nós mesmos, gerando motivações que geram intenções e que deveriam gerar ações correspondentes. Digo deveriam, pois neste ponto nós corremos para o lado oposto. Camuflamos nossa intenção de ser no mundo e de ser existencialmente, com intenções e necessidades criadas ilusoriamente e com questões que, podem ser importantes enquanto vivemos aqui na Terra, mas que não podem ocupar uma posição de maior destaque do que nossa essência.

Não vejo nenhum mal em se ter um carro, uma casa, um luxo maior e etc. Que bom seria se todos tivessem! O problema se inicia quando estas buscas e conquistas ofuscam as necessidades espirituais existentes na pessoa, deixando-a com o tempo, mais tristes e com uma sensação de vazio interior. Claro, tal sensação vem do fato dela não atender as motivações e intenções da sua essência, de se buscar uma evolução e um ‘retorno’ ao sagrado interior.

Para ser no mundo, ou ser na existência, algo deve ser duas vezes e assim se tornar uma. Ela deve ter o seu sentido interior, que se mantém internamente como centro do equilíbrio e guia mestra e o exterior, que se lança no mundo, em busca das demais coisas existentes, se relacionando, se misturando, sendo transformado e transformando tudo, ao mesmo tempo.

É o se projetar através das motivações, intenções e ações (que lembro, podem ser táteis ou por sentimentos, falas, olhares, etc) a que eu me referi no início. A pessoa se projeta através do espaço-tempo sendo o que tem intenção de ser, ainda que seu interior pretenda seguir por outro caminho por causa de outras intenções interiores. Seria o caso então de harmonizar os caminhos.

Mas penso que para um texto despretensioso e inicial, já está bom. No próximo texto sobre as interações com a Realidade, tenho a intenção (risos) falar um pouco sobre harmonizar as necessidades essenciais interiores e os estímulos exteriores que acabam prevalecendo quando nos projetamos no mundo. Um abraço!

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20 junho, 2007

Jóia rara

Nesta vida somos todos filhos e filhas de Deus, da Força Suprema, do Uno, ou o nome que você quiser dar para esta Energia Cósmica que está em tudo e rege tudo.

Sim, somos todos iguais em potência e em nossa origem, nossas capacidades, nossa essência...

Mas há pessoas que estão num outro patamar. Estão num estágio mais elevado. São quase anjos. Estão numa esfera de vida que fica entre os humanos e os anjos. Erram como humanos, mas ao mesmo tempo acertam como anjos.

Sua Alma é pura... seu coração é lindo... e são pouco compreendidos em nossa sociedade. Suas crenças são motivo de deboche para muitos. Seus sonhos e ideais são tachados de utopias sem sentido por outros. Suas peculiaridades são pouco compreendidas. Mas essas pessoas são assim mesmo, são pessoas especiais, que encantam o mundo e todos ao seu redor.

Conseguem dar um sentido prático ao amor.

Conseguem dar um sentido prático a arte de viver com alegria.

Conseguem se bastar quando precisam, e se entregar, quando necessário.

Amam, sem pedir nada em troca.

Cultivam o amor com amor e não com desconfianças, amarguras e tristeza.

São Luzes para o mundo.

Uma jóia rara...

Alguém que dá orgulho de ter sua amizade e de poder aprender, não apenas com suas palavras, mas com seus atos de amor.

Um ensinamento muito mais poderoso que as palavras, é justamente o ensinamento atraves do amor.:)

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17 junho, 2007

E por falar em amor...

Meu blog foi selado (indicado) com o selo "Destaque cupido fonte do amor" (que reúne blogs que falam de amor ou “exalam” amor) por minha amiga Sabrina Bonzi.

Como agradecimento, quis escrever este post para falar exatamente do amor. Um post nunca vai descrever ou tratar por completo do amor, uma vez que se trata de um assunto cuja essência remete ao infinito. Então, cada post se torna uma semente a mais... seja de pensamentos, seja de desabafos, seja de sentimentos a respeito do amor. Obrigado Sa!



Já citei em textos anteriores a Bíblia para falar do amor. E acredito que na Bíblia esteja sim a melhor definição, porém, há outras formas de se falar do amor também. Principalmente da ‘arte’ de se abrir ao amor do outro ao mesmo tempo em que procura manter seu amor próprio. Eis uma atitude difícil na prática, embora simples na teoria.

O ideal, no mundo ideal, seria simplesmente nos amarmos a tal ponto que, de tanto amor próprio, exalássemos amor e este amor que sai de nós se misturasse com o amor que sai de outra pessoa que também se ama muito, e então formasse ambos um único amor entre eles. Cada um mantendo seu amor próprio e ao mesmo tempo amando ao outro.

Seria o ideal... mas na prática, é difícil você conseguir amar a si mesmo e ao outro de tal forma que você consiga se bastar ao mesmo tempo que se abre ao outro e mostra o quanto o outro é importante para você.

Amar ao outro em qualquer nível, é como deixar o outro ser alguém tão Real em sua vida quanto você mesmo. Explico melhor citando a origem deste pensamento:

"Estamos cercados de inúmeros seres vivos e conscientes, visíveis e invisíveis. Embora saibamos que eles existem realmente e que são tão vivos quanto nós, parece-nos que eles existem menos realmente e que são menos vivos do que nós. Para nós, na percepção intensa da realidade, nós é que vivemos, enquanto os outros seres, em comparação conosco, parecem-nos menos reais; a sua existência tem mais da natureza de uma sombra do que da realidade completa. O nosso pensamento nos diz que é uma ilusão, que os seres fora de nós são tão reais como nós e que vivem tão intensamente como nós; mas é inútil, porque, apesar disso, nós nos sentimos no centro da realidade e vemos os outros seres como que afastados desse centro. Qualifique-se essa ilusão de 'egocentrismo', de 'egoísmo' ou de ahamkara ('ilusão do eu') ou de 'efeito da queda primordial', nada disso tem importância, uma vez que nem por isso ela cessa de nos fazer sentir-nos como mais reais do que os outros.

Ora, sentir alguma coisa como plenamente real é amar. É o amor que nos desperta para a realidade de nós mesmos, para a realidade do outro, para a realidade do mundo -- e para a realidade de Deus. Nós nos amamos, sentindo-nos reais. E não amamos -- ou não amamos tanto quanto a nós -- os outros seres que nos parecem menos reais."


Este texto relata um tipo de amor que serve para qualquer esfera, seja entre amigos, entre amantes, entre familiares ou entre seres humanos. No nosso caso aqui, ele se aplica igualmente, pois amar sua parceira, ou seu parceiro, é deixar que esta pessoa se torne tão real em sua vida quanto você mesmo. E isso significa respeitar sua natureza, seus gostos, suas opiniões, seus sonhos... e movido pelo gostar dela(e), você procurar compartilhar disso tudo e apóia-la nas realizações dessas características e ideais. Da mesma forma, mostra-se a esta pessoa, e com o amor dela por ti, se tornar real na vida dela também.

Se abrir ao outro, deixar que o outro entre um pouco em ti e faça parte do seu ser, é de certa forma deixar também parte da sua felicidade na mão do outro. Mas se não fosse assim, não precisaria do outro, você seria feliz igualmente com um livro. Só que um livro não é como um(a) parceiro(a) de vida.

É preciso se abrir... e abrir sua vida ao outro. E vice-versa. Até para que haja uma profundidade entre ambos. É preciso ter confiança e coragem, ter simplicidade e fé de que o outro tem as melhores intenções para com você. Ele(a) pode até te magoar, mas com certeza não é essa sua intenção e em breve, as coisas estarão no rumo certo novamente.

Sem essa abertura, sem essa confiança, é difícil existir um amor verdadeiro entre duas pessoas.

Mas esse abrir-se não pode causar decepção futura? Sim, pode. Mas se não se abrir, você nunca saberá e nem conseguirá aproveitar tudo o que o amor tem a oferecer.

Como disse o poeta Gibran:

"Quando o amor vos chamar, segui-lo,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando êle vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando êle vos falar, acreditai nêle,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim.

Pois, da mesma forma por que o amor vos coroa, assim êle vos crucifica. E da mesma forma por que êle contribui para vosso crescimento, êle trabalha para vossa poda.
E da mesma forma por que ele sobe à vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também ele desce até vossas raízes e as sacode no seu apego à terra.

Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Êle vos debulha para expor a vossa nudez.
Êle vos peneira para libertar-vos das palhas.
Êle vos mói até a extrema brancura.
Êle vos amassa até que vos torneis maleáveis.

Então, êle vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no pão místico do banquete divino.
Tôdas essas coisas, o amor operará em vós para que conheçais os segredos de vossos corações e, com êsse conhecimento, vos convertais no pão místico do baquete divino."


Você pode e deve crescer muito com o amor. Quando o amor lhe chamar, vá, sem medo, pois com certeza irá valer a pena.

Nesta vida, muitas coisas são importantes... e a maior delas, é o Amor. Pelo outro, e por si.



Bom, irei agora selar mais outros 10 Blogs que de alguma forma, 'exalam amor'. Como não conheço muitos Blogs, irei tomar a liberdade de pegar alguns que considerei muito bacanas da lista da minha querida amiga Sabrina. Ao todo, são eles:

- Jardim dos Girassóis
- Quem sabe isso quer dizer amor
- Floradas de amor
- Primavera da Alma
- A menina e a montanha
- Fina flor
- Girassol
- Vertentes de mim
- Do heart
- Heart's Place

São todos ótimos blogs!

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16 junho, 2007

Momentos caóticos de tristeza e alegria

Há momentos na vida em que parece estarmos bem no meio de um furacão, um caos.
Ficamos desorientados de tanto que vamos de um lado a outro. Somos jogados com força e por forças externas a nós.
Nosso ponto de referência foge de dentro e se coloca fora, em situações, em pessoas, em tudo o que possa de alguma forma despertar algum sentimento em nós.
Ora, se o ponto de equilíbrio está fora, então é lógico que fiquemos à mercê do que está fora também.
Isso nos torna muito vulneráveis...
Não que não sejamos vulneráveis de outras formas, pois mesmo tendo o centro em nós, ainda assim estaremos sempre vulneráveis na medida em que nos relacionemos com o mundo.
Mas por que existe essa idéia de que, quando estamos entregues ao outro, isso seja algo ruim?
Não sei responder...

Este momento caótico possui instantes maravilhosos também, pois estamos tão desarmados, tão entregues ao mundo, ao próximo, que podemos ver muitas verdades sem o véu social, sem as máscaras que costumamos usar inconscientemente, numa proteção absurda contra o mundo e o outro, justamente o outro, nosso irmão Divino.
Momentos assim trazem pureza, inocência e simplicidade esquecidas no caminho da vida em sociedade... mas trazem também esta vulnerabilidade e esta sensação de estar sempre de um lado a outro, dependendo do que digam ou façam em relação a nós.

Já não sei mais o que pensar e como agir, para ser bem sincero com minha consciência.
Estes momentos de caos, normalmente precedem momentos de glória e alegria.
Porém, quando chegam tais momentos felizes, pensamos termos conseguido a vitória... ou, ao menos, termos superado o momento de caos.
Mas percebemos que mesmo esses momentos de alegria também são partes do momento maior de caos... são justamente um dos lados para onde somos jogados pelo furacão.

O que fazer?
Colocar o centro em nós?
Como?
Por que?

Talvez... o erro, se é que isso é um erro... seja confiar demais.

Parece que na vida, tristeza e alegria caminham bem próximas... e nós, com elas.
E a distância entre uma e outra, nestes momentos caóticos, deixa de existir.
Tudo se torna momentos de alegria e segundos depois, tristeza.
E vice-versa.
Assim ficamos, à mercê do mundo, sofrendo e sorrindo com ele...

Que este mundo então seja melhor, para não me fazer sofrer tanto neste momento de transformação, até que o meu centro volte novamente para sua casa, sua origem, seu lugar, para o meu interior.

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07 junho, 2007

Quando...

Quando conseguires ver através do véu que cobre a sua percepção, então perceberás que és muito mais do que sempre pensou ser.

Quando não tiver mais medo, talvez possa perceber o quanto de alegria jogou fora.

Quando entender que as coisas mais simples podem ser também as mais belas, perceberás então o quanto já complicou sua vida.

Quando pegar uma pedra e compreender que para que ela seja uma pedra, são necessárias duas pedras, a que é, e a não-pedra, então poderás abrir as portas de muitos mistérios.

Quando quiseres sorrir, pare e pense: por que não?

Quando tudo cair, seu mundo ruir, não se desespere, pois você possui o dom de Deus de criar novos mundos a partir de dentro de ti.

Quando o que estiver ali, for o que estiver aqui, então terás poder suficiente para simplesmente se acalmar e não fazer nada.

Quando não precisar mais vencer, superar, evoluir, se iluminar, então começaras a viver tudo isso.

Quando as palavras já não fizerem sentido algum, é hora de calar-te e escutar mais a natureza.

Quando amar... então saberás que em teu íntimo, você é de fato, filho(a) de Deus.

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04 junho, 2007

O vir a ser das coisas

Certa tarde, um monge, sentado à beira de um rio com seu mestre, lhe perguntou:

- Mestre, qual o destino deste rio?

- O destino que lhe couber, aquele que permite a ele ser um rio. - respondeu o mestre.

- Mas quem define isso? O próprio rio? - insistiu o monge.

- Uma coisa só é quando consegue ser o que pretende ser. Este rio nada é, até ser um rio.

O monge ficou pensando, e novamente perguntou:

- Mas como saberei se este rio é mesmo um rio?

Neste exato momento, o mestre empurrou seu aprendiz no rio e perguntou:

- Você se molhou?

- Sim mestre, olhe para mim! Porque fizeste isto?? Estou todo molhado!!

- Então agora você sabe que isso é mesmo um rio...

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03 junho, 2007

Os Grandes Amigos

Grandes amigos são aqueles que te ajudam,
mesmo quando você não pede.
Te escutam,
mesmo quando você não fala.
Te apoiam,
mesmo quando você não mostra que está caindo.

Grandes amigos estão sempre com você ao perceberem que você não está com eles, por não estar bem.

Grandes amigos dão não apenas as mãos, mas os braços também.

Fazem de tudo para te ver sorrir.
E mesmo que você feche o rosto,
eles não largam do seu pé,
pois não pensam em si neste momento,
mas apenas em ti.

Grandes amigos são amigos aqui, ali,
em qualquer lugar,
em qualquer época,
mesmo que você fique sem se comunicar com eles por anos.
Quando precisar,
eles estarão lá,
te ajudando sempre.

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