O sentido de algo está dentro da própria essência deste algo. A razão de ser o joga adiante no espaço-tempo. Suas motivações e suas intenções movem-no através do tempo.
Este movimento gera um fluxo, uma carga de energia, que mostra quem e o que é esta coisa. Suas intenções a jogam para frente com seus atos, seus pensamentos, seus sentimentos.
Tais intenções podem ser dirigidas a alguma coisa, ou alguém. Mesmo que a si próprio, se tornando neste caso, sujeito e objeto da intenção. E qualquer intenção tem por detrás uma motivação. Mas o que gera a motivação? Um objetivo maior, mais amplo, mesmo que apenas em relação à própria motivação. Posso ter um objetivo de saciar minha sede e por isso tenho uma motivação de beber água, gerando minha intenção de ir à cozinha e pegar um copo d’água e por fim, concretizar em ação, indo de fato na cozinha e bebendo água, enquanto me sinto melhor por ter atingido meu objetivo inicial.
Mas o que gera o objetivo inicial? Necessidades.
E as necessidades podem ser da ordem fisiológica, como no caso da água, mas podem ser também da ordem emocional e espiritual.
Nestes casos, principalmente a espiritual, a necessidade vem de algo superior ao nosso raciocínio, vem de algo na própria essência. Temos pouco contato com nossa essência, embora ela esteja em nós o tempo todo.
Porém, mesmo não tendo um contato consciente com nossa essência, a força dela se faz presente na nossa razão de ser, gerando um impulso em busca de ‘voltarmos’ a nossa origem, mais divina e em contato com o Todo.
Disso resulta a busca pela evolução, pelo reencontro com nossa essência, justamente através da necessidade de significar nossa essência para nós mesmos, gerando motivações que geram intenções e que deveriam gerar ações correspondentes. Digo deveriam, pois neste ponto nós corremos para o lado oposto. Camuflamos nossa intenção de ser no mundo e de ser existencialmente, com intenções e necessidades criadas ilusoriamente e com questões que, podem ser importantes enquanto vivemos aqui na Terra, mas que não podem ocupar uma posição de maior destaque do que nossa essência.
Não vejo nenhum mal em se ter um carro, uma casa, um luxo maior e etc. Que bom seria se todos tivessem! O problema se inicia quando estas buscas e conquistas ofuscam as necessidades espirituais existentes na pessoa, deixando-a com o tempo, mais tristes e com uma sensação de vazio interior. Claro, tal sensação vem do fato dela não atender as motivações e intenções da sua essência, de se buscar uma evolução e um ‘retorno’ ao sagrado interior.
Para ser no mundo, ou ser na existência, algo deve ser duas vezes e assim se tornar uma. Ela deve ter o seu sentido interior, que se mantém internamente como centro do equilíbrio e guia mestra e o exterior, que se lança no mundo, em busca das demais coisas existentes, se relacionando, se misturando, sendo transformado e transformando tudo, ao mesmo tempo.
É o se projetar através das motivações, intenções e ações (que lembro, podem ser táteis ou por sentimentos, falas, olhares, etc) a que eu me referi no início. A pessoa se projeta através do espaço-tempo sendo o que tem intenção de ser, ainda que seu interior pretenda seguir por outro caminho por causa de outras intenções interiores. Seria o caso então de harmonizar os caminhos.
Mas penso que para um texto despretensioso e inicial, já está bom. No próximo texto sobre as interações com a Realidade, tenho a intenção (risos) falar um pouco sobre harmonizar as necessidades essenciais interiores e os estímulos exteriores que acabam prevalecendo quando nos projetamos no mundo. Um abraço!
23 junho, 2007
Interagindo com a Realidade – I
Postado por
Peter
em
23 junho, 2007 às 05:30
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2 comentários:
A d o r e i!!!
Ainda bem que esta é, ainda, a parte I, rsrsrs, já estou esperando com ansiedade pela próxima
:D
vim agradecer pelas palavras lá no meu blog, palavras tão sábias e ditas de forma tão construtiva!
E também agradeço pelo Interagindo com a realidade - I. Acho que preciso muito harmonizar meus caminhos. Acredito que essa idéia exista dentro de cada um de nós, mas pouquíssimos tem essa sensibilidade de externá-la! Essas pessoas (como vc) precisam estar em contato com seu interior para alertar as demais (como eu) que por vários motivos se esquecem da sua essência!
Obrigado, Peter!!
bejinhuu
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