06 março, 2009

O Amar e o Amor (Parte 1)

Em 2007 eu escrevi aqui neste mesmo blog, dois textos sobre o amor. Em um deles fiz uma comparação com a amizade e citei passagens da Bíblia sobre o Amor. No outro, falei da importância de se abrir ao Amor, permitindo amar ao próximo como a si mesmo.

Agora eu gostaria de falar sobre a diferença entre Amar e Amor. No fundo, se trata de uma reflexão a respeito do que pode representar a idéia de Amor e do ato de Amar. Amor é algo idealizado, estático, um princípio a ser seguido, contemplado, realizado. Nossa Alma possui em si a essência do Amor. Já o Amar é a própria realização do Amor. É seu movimento, sua ação, seu vir-a-ser.

Sem Amar, não há Amor. E sem Amor, não há para onde se movimentar o Amar.

Pescando um pouco a filosofia de Plotino e de Platão, existe o Amor Pleno, e parte dele, ou a essência dele, também existe dentro de nós. Este Amor que está dentro de nós se mostra de diversas formas, e quando idealizado, se mostra na forma estática. Isso não é ruim, pelo contrário, é bom e necessário, pois precisamos ter algo estático, algo pleno e absoluto, uma referência, de onde nos guiamos. Se tudo fosse apenas movimento e sensação de movimento, nos perderíamos. Mas enquanto algo é ao mesmo tempo estático e fluído, ideal e movimento, então temos para onde ir.

Quando entramos em contato com o Amor fora de nós, nossa Alma se reconhece nele, vislumbra o Amor e fica feliz. Mas é na ação do Amar que ela se torna o Amor. Contemplamos e então amamos. O Amar é o movimento do Amor. É o que faz existir o Amor em nós. Amar alguém, Amar alguma coisa, Amar a nós mesmos. Amar é sair do estático, para se tornar estático em movimento.

Imagine a Existência como uma linha horizontal. Você se movimenta nesta linha, e o Amor também. Quando o Amor fluí, ele é Amar. E quando o Amar acontece, então se criou o Amor na linha existencial. Se você ou o Amor parar, o outro avançará e se distanciará. Quando você está num carro e outro carro ao lado está mais rápido, parado ou mais lento que você, então um carro se distancia do outro. Mas quando você e aquele outro carro estão se movimentando na mesma velocidade, então ambos perdem a noção de que estão em movimento. Ficam estáticos um para o outro, mas continuam em movimento na verdade. Quando você ama, quando existe o Amar, que é o movimento do Amor, então você cria o Amor estático, ou a sensação dele, pois no fundo você está em movimentação também com o Amar. Se você parar de Amar, verá o Amor se distanciar. Restará apenas uma idealização interna do Amor em você.

Repito, a idealização do Amor interna é algo bom e necessário, pois ela serve de norte para onde nossa Alma quer ir. Mas é preciso ir. É precisar Amar. É preciso o movimento para criar a sensação de estático, e é preciso o estático para saber para onde se movimentar. Assim é o Amor e o Amar.

Em um próximo texto irei comentar de modo mais prático, com exemplos, o que é este Amar e o que é o Amor em nosso dia a dia, em nossos relacionamentos.

5 comentários:

Elisa Mueller disse...

Olá, belíssimo texto. Continue a nos brindar com esse tema tão maravilhoso, no qual o Amor é tratado com toda a importância que ele merece.

Seu texto sobre amor e amizade, trouxe paz para meu coração que estava há mto tempo confuso.

Obrigada.

Carla disse...

Passei aqui hoje, pela primeira vez. E gostei muito! Texto é muito bem escrito e o conteúdo de primeira, tudo que a gente precisa pra se reciclar! Um abraço!!

Carla disse...

Oi Peter,
cá estou eu de novo!
Deixo um convite pra uma visita lá no meu blog: http://carla.ro.blog.uol.com.br Indiquei alguns blogs para receber uns selinhos, e o seu é um deles!
Um abraço!

Lia Noronha disse...

Gostei d etd por aqui.
abraços

Laislara disse...

Amor!!! é um ótimo tema